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Eu o conheci no inverno passado. O tempo estava frio, mas ele era quente. Ele tinha olhos azuis como o céu e o sorriso mais doce que eu já vi. Tão doce que queimava os lábios quando precisava dizer palavras amargas. Ele foi gentil e paciente, e logo me encantou. Ele estava tão destruído quanto eu e conseguia entender minha dor.
Eu tinha muito medo de amar de novo e ele me fez acreditar que amar poderia ser uma coisa boa. Ele nunca se forçou, e não tentou romper minhas defesas. Em vez disso, construiu um lugar seguro onde eu poderia colocar abaixo minha armadura.
Se eu entrasse em pânico, ele me seguraria e diria que tudo ficaria bem… e pouco a pouco, tudo ficou bem. É verdade, às vezes não foi fácil, mas ele me mostrou que sempre há uma saída. Sempre há uma solução, para tudo, até mesmo alguém tão quebrada quanto eu.
Ele acreditou em mim e depois me ensinou a acreditar também… em sonhos, em mim mesma, em amor. Ele me ajudou a encontrar a melhor versão de mim e a esperar por dias mais brilhantes, porque eles chegariam logo… Eles estavam ali na esquina.
Ele me fez sorrir com suas expressões mais bobas, e eu simplesmente não conseguia parar de pensar o quanto queria ser capaz de fazer o mesmo. Eu só queria dar a ele o mesmo lugar seguro – o mesmo sentimento de pertença – que ele me deu.
Foi fácil me apaixonar por ele, não porque ele fosse irresistível, mas porque eu quis. Porque eu pude ver nele algo que eu não via havia muito. Antes pensava que não existia uma razão para deixar alguém se aproximar tanto. As pessoas sempre acham uma forma de te machucar e você nunca sabe o que realmente está dentro delas. Aquele que faz amor com você hoje pode ser aquele que vai matá-lo amanhã.
Mas não ele.
Ele me mostrou que ainda existem pessoas que merecem uma chance. Que só temos que encontrá-las. Acima de tudo, ele me ajudou a ver que eu mereço ser amada e amar. Ele abriu meus olhos para um mundo novo e colorido onde eu acho que posso ficar.
Onde eu quero ficar.
Hoje e sempre.
