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Naquele inverno, você foi como o Sol para mim. Você aparecia e eu sorria, mesmo sabendo que não duraria. Mesmo sabendo que o dia curto seria. Não importava; eu me sentia em pleno verão, derretendo sem receio e sem pudor. Praia e areia diante dos meus olhos, sensação paradisíaca escorrendo e entrando pelos meus poros.
Quando você partia, era como a escuridão da noite cobrindo meu céu. As estrelas não apareciam. A Lua, fria e egoísta, também se escondia. E então, estava sozinha. Naquele frio, tudo congelava: meu coração e minhas lágrimas. Até nevava no vazio que meu peito virara. Três, quatro camadas de casaco não eram o bastante para me aquecer.
Mas, feito ciclo, todo o gelo derretia na manhã seguinte, e por mais que esse efeito esquenta-esfria me matasse com subsequentes choques térmicos, sorrisos e lágrimas se compensavam em memórias agridoces que levarei por todos os meus verões e invernos.