Meu amor por ele não era normal; era neurótico e homicida. Eu me sentia fora de mim, praticamente drogada. Ele me controlava facilmente, desde o começo, como se tivesse me intoxicado.
Ele tinha um sorriso ácido. Aliás, tudo nele era ácido. Seus olhos, sua voz, seu senso de humor, seu toque, tudo me intoxicando e me viciando vagarosa e delicadamente. Ele era como uma droga, injetando-se aos poucos no meu sangue para que eu não percebesse que estava escorregando e caindo direto em suas mãos.
Eu não percebia.... Fui facilmente dominada pela ilusão que meu vício criava; enxergava apenas uma imagem congelada no que ele queria. Quando algo dentro de mim gritava que estava errado, que eu precisava me olhar no espelho e ver o que aquele amor venenoso estava me causando, eu apenas ignorava.
A razão berrava, pedindo para que eu fugisse daquela prisão, mas a verdade era que eu gostava de como minhas células reagiam diante do perigo de seu veneno... de como seus olhos queimavam meu corpo enquanto me observavam.