Foto: @anapelima
Cozinhou para mim, me ganhou.
Simples assim.
Não é por causa da comida, não é
por ter um homem me servindo. Eu me apaixono pelo seu olhar atento quando
pergunta do que eu gosto e de como gosto – e do seu sorriso tímido quando
digo que como do jeito que você fizer e você olha todos os seus ingredientes,
se perguntando qual deles vai me agradar. Mesmo quando digo que quero do seu
jeito, você ainda sim tenta me aprazer.
Deitou no meu colo, me ganhou.
Simples assim.
Não é pelo contato, não é
proximidade. Eu me apaixono pela sua feição tão desprotegida diante de meus
olhos – e pela leve tremida de seus lábios quando minha mão desce pela sua
barba. E pelo seu olhar questionador, mas ainda sim suave, quando o cafuné para,
seguido de uma expressão de raiva – falsa.
Deixou que eu escolhesse a
música, me ganhou.
Simples assim.
Não é por causa do seu gosto
musical. Eu me apaixono pela sua compreensão ao saber que sua banda favorita
não é exatamente o estilo de música que quero ouvir – e estar aberto para o
que quero escutar. Aliás, aceita pelo simples fato de me agradar. E mesmo
quando te forço a escutar uma playlist
claramente feminina, você não tira o sorriso do rosto e tira o melhor dela,
realmente apreciando o que tem de bom.
Abraçou-me para dormir, me
ganhou.
Simples assim.
Não é pelo abraço em si. Eu me
apaixono pelo fato de você não achar que estou invadindo o seu espaço, nem
reclamar do calor – aliás, estamos os dois com calor, mas isso é suportável
quando se quer alguém tão perto. São poucas as coisas melhores do que
isso – do que ter seu braço ao redor do meu corpo e sua mão acariciando minha
perna. Poderia ficar assim para sempre – e quase sinto como se estivesse na
eternidade quando estou abraçada com você.
Segurou minha mão enquanto
conversávamos, me ganhou.
Simples assim.
Não é pelo fato de estar “preso”
a mim. Eu me apaixono ao ver que enquanto estamos aqui, a sós, você está
prestando atenção em mim, em cada palavra que digo e em cada parte do meu corpo.
Enquanto estamos apenas nós dois, só o que importa é a gente. Como não me
sentir amada quando sinto seu carinho em minhas mãos e seus olhos presos aos
meus? Como não me sentir segura com minha mão presa a sua?
Perguntou sobre o que eu estava
lendo, me ganhou.
Simples assim.
Não é por querer alguém que
compartilhe do meu gosto por literatura. Eu me apaixono é pelo seu interesse em
saber como tenho gasto meu tempo e o que me faz bem, o que me faz feliz. Aliás,
apaixono-me por todas as formas que você usa para descobrir do que gosto e
por todos os métodos que você utiliza para me agradar, pelo simples fato de
você querer me agradar, de você querer me fazer sorrir.
Beijou-me para se despedir, me
ganhou.
Simples assim.
Não é pela sua pegada. Eu me
apaixono pela sua tentativa de fazer que nosso último beijo dure para sempre,
mesmo sabendo que depois que nossos lábios se separarem, vamos nos separar. Apaixono-me
pelo seu sorriso doce em contraste com seu olhar abandonado me vendo partir. E
quando longe, apaixono-me ainda mais por lembrar-me do gosto que você deixou em
minha boca.
Não preciso de muito. Não preciso
de serenatas, não preciso de flores. Basta ver nos seus olhos suas intenções e
seu carinho. Provas de amor e declarações em público são desnecessárias, apesar
de bonitas. Até mesmo quem não ama, quem só quer se aproveitar, consegue
fazê-las – mas jamais conseguiriam trazer o sentimento que vejo nos seus
pequenos gestos. Pequenos sim, quase invisíveis para olhos desatentos – mas, para
mim, eles bastam. Eles bastam para me fazer sorrir e te querer mais e mais. Simples
assim.