A Rua
A RUA
Você já parou para olhar a rua?
Não a rua exatamente, quero dizer. Não o cimento, não a iluminação, não as casas decrépitas ou edifícios luxuosos, nada disso. Mas o andar das pessoas, o objetivo intricado nas ações, o amor ou o ódio que o simples andar pode inferir. O andar de um filho que volta para casa. O andar de um amor que vai para nunca mais voltar. Você já viu?
Você já parou para escutar a rua?
Também não quero dizer os sons dos automóveis se movendo pela estrada ou das buzinas roncando como vozes ancestrais. Quero dizer o grito de uma cidade, o clamor da vida e do caos e a resposta humana a esse anseio. Não venha me dizer que nunca ouviu!
Você já parou para olhar para o céu da rua?
Não os arranhacéus monstruosos ou as nuvens ilusivas, nem a poluição vinda das fábricas ou dos automóveis abaixo. Você já olhou para o céu assim, sem motivo algum, e se perguntou “Nossa, mas essa deve ser a maior cúpula já criada. Como eu iria fazer algo melhor do que isso?”
Não sei se você já reparou nisso, mas na rua todos andam em frente. É quase ridículo como todos seguem o plano. Todos seguem o papel que lhe é dado, seja bonzinho ou vilão. E em frente elas vão.
Mas e você, hein? Já se pegou olhando para cima?
Se alguém te perguntar, o que você vai dizer? Vai mentir? Vai ser sincero?
Você vai seguir o plano?
Ou vai parar para olhar a rua?
Nenhum comentário: